Câmara Municipal de Lagoa Formosa

Notícias

04/09/2006

Maioria ainda não escolheu seu deputado

A maioria dos eleitores, apesar do descrédito com a classe política, pretende escolher seus representantes na Assembléia Legislativa e em Brasília. É o que demonstra pesquisa do Instituto DataTempo/ CP2, a qual indica que mais de 70% do eleitorado mineiro pretende votar em um candidato a deputado federal e quase 75% a estadual.

Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 60% dos entrevistados acham muito importante os votos para o Legislativo, contra aproximadamente 16% que consideram pouco importante e nada importante.
Entretanto, apenas 40% já escolheram em quem votar, no dia 1º de outubro, para ocupar uma vaga na Câmara dos Deputados, e 44% para a Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Cerca de 10% de eleitores, disseram ainda não conhecer os candidatos.

Os números indicam que, ao contrário do que ocorre na eleição majoritária – em que o governador Aécio Neves (PSDB) contará com mais de 70% do eleitorado – a disputa na eleição proporcional terá como ingrediente o suspense.
As entrevistas com 1.646 eleitores foram realizadas em todas as regiões do Estado, entre os dias 25 e 29 de agosto, e registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número 58592/2006. A margem de erro é de 2,46 pontos percentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa indica também que dificilmente haverá renovação no Congresso pela citação de envolvidos direta ou indiretamente em escândalos de corrupção como o mensalão e a máfia das ambulâncias.
Acusado de receber dinheiro do valerioduto, o deputado federal e candidato à reeleição, Romeu Queiroz (PTB) foi lembrado por um eleitor (0,06%). Cleuber Carneiro (PTB), investigado pela CPI das Sanguessugas tem quase 0,5% de intenções de votos.

Os candidatos à reeleição deputado federal Isaías Silvestre (PSB), assim como seu colega de partido, João Magalhães, ambos supostamente envolvidos na máfia das ambulâncias, foram citados na pesquisa espontânea para a Câmara. Isaías Silvestre tem quase 0,2% de intenções de votos dos mineiros.

Em cima da hora
A pesquisa também aponta que grande parte do eleitorado (aproximadamente 50%) irá escolher seu candidato, tanto a deputado federal quanto a estadual, somente no dia das eleições.
Cerca de 20% irão escolher neste mês um nome para a Câmara e apenas 11% não opinaram ou não souberam responder sobre o tema. Já a decisão do voto a deputado estadual sairá este mês, segundo 22% dos entrevistados.
A indecisão do eleitor quando o assunto é eleição proporcional é natural e prevista, haja vista que existem 77 vagas na Assembléia Legislativa e 53 na Câmara dos Deputados.

“Sempre é assim, sobretudo em eleições proporcionais. As pessoas não têm deputado definido. Elas não se preocupam muito com eleição de deputado como se preocupam com presidência, governo e Senado. Deputado federal e estadual ficam num quarto nível de interesse. A culpa disso é do próprio processo eleitoral. Não tem disputa e, por isso, não tem interesse, e o eleitor vota em qualquer candidato”, analisa o responsável pela pesquisa, Antônio de Pádua.
Na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, a maioria dos candidatos procura convencer o eleitor de que é preciso renovar o Congresso Nacional. Mas nas pesquisas espontâneas de intenção de voto, lideram a disputa nomes já conhecidos no meio político.

Candidatos
Para deputado federal, o candidato à reeleição, Lael Varella (PFL) está na liderança, apesar de uma parte considerável dos entrevistados estar indecisa (quase 45%).
Para conquistar uma vaga na Câmara de deputados, Varella, com 0,85%, vem seguido de Leonardo Quintão (PMDB), deputado estadual com chances de trocar o gabinete em Belo Horizonte por Brasília.

Também na disputa por uma cadeira na assembléia, muitos eleitores não sabem ainda em quem vão votar (quase 44%).
Entretanto, o exprefeito de Teófilo Otoni, Getúlio Neiva (PMDB), lidera as intenções de votos com outro político, Gil Pereira (PP) - que tenta reeleição. Ambos tem 0,61%, um desempenho tímido mas que, de acordo com o pesquisador, indica uma tendência.
“Certamente os 20 ou 30 citados serão os mais votados.” Apesar dos nomes já conhecidos no meio político, Pádua acredita que ocorra renovação no Congresso. “Não é a maioria dos eleitores que tem preocupação com a ética. E a ética, para o brasileiro, é muito elástica. Renovação acontecerá, mas não será robusta”, justifica.

Para Pádua, a intenção de voto é menor quando o político está envolvido em algum escândalo de corrupção. “Há expectativa de que ocorra renovação maior que a média este ano”, considerou. Prova isso a ligeira queda de intenções de votos em Cleuber Carneiro. na pesquisa de 1º de agosto ele tinha 0,6% e caiu para 0,5%.
Como a pesquisa foi espontânea, nomes que sequer disputam uma vaga na assembléia ou na Câmara também foram citados pelos entrevistados, como o do candidato ao Senado pela coligação Minas Não Pode Parar (PSDB, PFL, PP, PTB, PAN, PL, PHS, PPS, PSC, PSB), deputado federal Eliseu Resende (PFL).
Denise Mota